Foi notícia recente a realização de um estudo na
Universidade da Beira Interior, que concluiu que a Covilhã reúne as condições
necessárias para “criar uma marca como cidade de montanha”, e que essa marca
será determinante para promover “o seu desenvolvimento urbano, económico e
social”.
A notícia serve para ilustrar a existência de
cidades que apreenderam a importância que as abordagens inovadoras presentes no
“Portugal 2020” podem ter para o desenvolvimento local. No caso, houve que definir
uma identidade para a cidade, para depois a projectar em candidaturas a
programas dirigidos para a atracção de investimentos e para a criação de
emprego que deles resulta. Há consciência que investimento e emprego são no
presente dois bens escassos que criam desenvolvimento e que fundamentam
esperança no futuro, sendo por isso alvos prioritários dos autarcas que estão
atentos.
Não esquecendo também que a cativação de
investimentos precisa de ser apoiada por estratégias de desenvolvimento local
que sejam ambiciosas, e que apresentem orientações inovadoras e acções coerentes,
bem direccionadas para a melhoria da competitividade da economia local.
É assim que são criados contextos favoráveis ao
desenvolvimento, nomeadamente do ponto de vista da atracção e do acolhimento de
investimentos, por um lado, e da valorização do potencial e das oportunidades concretas
que existem nas cidades e nos territórios, por outro lado.
Para isso, a autarquia da Covilhã optou simplesmente
e com inteligência, por valorizar o que tem e que lhe dá identidade: a
montanha, o ambiente, e a herança industrial. Compreendeu o papel nuclear dos
municípios enquanto dinamizadores do desenvolvimento local, e a necessidade
imperiosa de associar esforços com o Ensino, a Investigação e as Empresas.
E em Tomar, que se faz?
É preocupante que a Câmara Municipal ainda nada tenha
afirmado nem anunciado neste capitulo decisivo, não só acerca do aproveitamento
das (variadas) oportunidades que são sugeridas pelo “Portugal 2020”, mas
também, e antes de mais, em relação às opções que podem ser assumidas para revelar
uma vocação inequívoca na economia da Cidade, e para imprimir rumo, atrair actividades
e criar esperança em todo o Concelho.
Ninguém ignora o que temos de específico e de exclusivo,
tal como não podemos esquecer a importância excepcional de possuirmos uma marca
internacional que quase implora consagração. Aliás, essa marca pode alicerçar, só
por si, um programa consistente de regeneração e de internacionalização da
economia tomarense. Entretanto, conviria não a desvalorizar ou diluir em
iniciativas pontuais mais ou menos festivas, que não estejam inseridas numa
estratégia ambiciosa dotada de um programa operacional inovador e apontado à
criação de novas actividades.
A Câmara Municipal mantem um silêncio muito
preocupante, porque estamos num momento decisivo para preparar o que se poderá
fazer nos próximos 10 anos, e para retirar Tomar do marasmo.
A Câmara Municipal parece estar muito desatenta,
neste campo pelo menos. Ou então, falta-lhe visão, e não tem a ambição do
desenvolvimento. E não colabora com as Empresas, para infortúnio de todos nós. Vai
perder por falta de comparência, se nada fizer com competência e com rapidez.
(*) em desacordo
ortográfico
António Lourenço dos Santos