Completámos metade deste mandato autárquico e o balanço é
francamente negativo face às promessas eleitorais e às expectativas criadas.
Não sou eu que o digo. É um sentimento hoje generalizado nos
tomarenses.
Vivem da comunicação, onde são muito eficazes, reconheço
isso. Anunciam o que se vai fazer, daí por meses ou até anos, e pronto, é como
se já estivesse feito.
Infelizmente, a realidade é bem diferente, com prejuízo
claro para Tomar e para o dia-a-dia de todos os tomarenses.
Mas este não é defeito do PS de Tomar. É mesmo feitio da
governação socialista. Basta ver o que se passa a nível nacional.
Ainda agora começaram a governar o nosso país e já estão
em campanha eleitoral para as próximas eleições.
Como as eleições até podem vir mais cedo do que se pensa,
que isto das coligações de esquerda não se sabe bem o dia de amanhã, tudo fazem
para ganhar votos, dando o que têm e o que não têm. E Portugal? Portugal logo
se vê.
Mas, voltemos a Tomar, que é por isso que aqui estamos.
O que ninguém esperava era termos um mandato de
maquilhagem e artifícios.
Já estava mais do que na hora de começarem a cumprir
algumas das promessas eleitorais e intenções anunciadas.
E nem é preciso muito esforço para nos recordarmos de
alguns dos vários falhanços desta governação.
À Zona Industrial mudaram-lhe o nome para Parque
Empresarial. Resultado prático? Zero! Quantas novas empresas se instalaram lá
nos últimos dois anos?
A Governação socialista para quem “pagar a tempo e horas
era uma prioridade”, é hoje um dos piores pagadores a nível nacional!
E o Plano Diretor Municipal que, se bem me recordo, faz
agora 2 anos que o então Vice-Presidente apresentou em reunião de câmara um calendário
para a revisão do PDM no prazo de seis meses. Bom os seis meses já lá vão. E
mais seis, e mais seis, e mais seis! E o PDM? Nada!
Podia até falar do Mercado Municipal, mas temos um
deputado municipal na bancada do Partido Socialista com tanta vontade de falar
sobre o mesmo que deixarei que o faça.
E o turismo?! Sempre pensei que, independentemente da cor
partidária, todos considerássemos que este é um setor estratégico para Tomar.
Mas, quer-me parecer que o Partido Socialista não partilha desta opinião.
Ou já nos esquecemos que uma das primeiras medidas que
tomaram foi acabar com o Festival das Estátuas Vivas? Um evento que trazia
milhares e milhares de pessoas à nossa cidade, com projeção nacional e um
grande impacto no comércio local.
E agora, em vez de preparar uma estratégia para o turismo
fazem o oposto, em vez de se distribuírem os grandes eventos ao longo do ano, concentram
tudo no Verão, como é o caso da Festa Templária.
Outro exemplo disso é o Agroal. Há 2 anos a Sra.
Presidente dizia querer o Agroal mais atrativo. Estamos a chegar a outro verão
e as condições são as mesmas.
E já que falamos de estratégia... Qual é mesmo a
estratégia cultural e desportiva para Tomar? Assuntos tão caros a alguns
vereadores.
Mas não ficam por aqui!
Tomar continua a aparecer na comunicação social regional e
nacional pelas piores razões.
E não falo das “novelas” no seio do executivo camarário,
do gabinete da presidência ou da mudança dos dirigentes municipais.
Falo sim do prazo médio de pagamento, a Câmara Municipal
de Tomar demora quase um ano a pagar às empresas!
Falo sim, da falta de transparência da Câmara Municipal
de Tomar, e exemplo disso é o que se passa com os acordos de execução com as
juntas de freguesia. Não é por acaso que cada vez afundamos mais no índice de
transparência municipal!
Falo sim, do não cumprimento da lei dos compromissos,
estamos entre as 26 autarquias incumpridoras da legislação dos fundos
disponíveis.
Trocando por miúdos, a Câmara Municipal de Tomar gasta
mais do que tem!
Falo sim, do Orçamento Participativo e da enorme trapalhada
à volta deste assunto.
Já vamos na segunda edição e sem conhecer um regulamento
para o Orçamento Participativo.
E depois tivemos este volte face no processo de votação,
que mais não é do que o total desrespeito pelos Tomarenses que votaram e têm,
ou tinham, vontade de participar.
Não deixa de ser irónico assistirmos a esta trapalhada
toda depois do Município ter candidatado o Orçamento Participativo ao Prémio de
Boas Práticas de Participação!
Dir-me-ão, que algumas das coisas que referi deveriam ter
sido feitas ou evitadas no passado, e até o aceito, mas não foi pela mudança
que se candidataram? Não foi para serem diferentes que ganharam as eleições?
E, se alguma esperança havia para o resto de tempo que
falta, com a divulgação de novos projetos e diversas obras, rapidamente se
desvaneceu com o anúncio estranho e fora de tempo da recandidatura da Srª. Presidente
da Câmara Municipal!
É que, a partir de agora, cada vez que a Sra. Presidente
estiver nas freguesias, nas associações e em eventos, não será mais vista como
Presidente de Câmara, mas como a candidata Anabela Freitas.
E isso, todos sabemos, é muito mau para o desempenho das
funções autárquicas.
Porquê perguntarão alguns de vós?
Porque daqui para a frente ficaremos sempre na dúvida.
Qual é realmente o seu interesse? O Município ou as eleições de 2017?
Tomar merece mais e melhor!
Tiago Carrão,
Deputado Municipal do PSD
Intervenção na
Assembleia Municipal, 26/02/2016
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