Tomar tem uma Identidade
que está a ser ignorada, ou, pior, desperdiçada. Mas o que é certo é que estamos
num momento decisivo para exercer a afirmação colectiva do Concelho, o que
muito passa pela valorização dessa Identidade.
Quem tem a capacidade
institucional e está legitimado pela População para a afirmar, é a Câmara
Municipal. Mas a Câmara parece estar anestesiada, neste caso pelo menos. Ou
então, estará à espera que alguma entidade exterior ao Concelho lhe venha
resolver os bloqueios e as contradições que estão à vista de todos nós.
O problema é que, se
assim for, não é certo que essa entidade chegue. E se chegar é muito provável
que os critérios de abordagem à clarificação e à afirmação da identidade e dos
valores de Tomar, não sejam dos tomarenses nem sejam por eles pensados. Por
isso, poderemos ser confrontados com situações menos interessantes e legítimas,
digamos assim.
O que nos aflige é
sabermos que se nada for feito, vamos continuar a assistir à convergência de dinâmicas
negativas sobre a já agravada situação da cidade.
E que efeitos decorrem
daí? Por um lado, são os da concorrência globalizada, que são revelados em
especial pelo desmantelamento que aconteceu ao tecido empresarial do concelho
nas últimas décadas. Por outro lado, são os efeitos da concorrência entre
Cidades para atrair população e competências, para atrair investimentos e para criar
empregos.
E o que tem que ser
feito é a valorização inteligente das nossas especificidades e dos nossos
activos territoriais, que á cada vez mais, inadiável e imprescindível.
A globalização, e a
concorrência entre cidades, geram ganhadoras e perdedoras.
Há factos que nos levam
a crer que a governação da nossa Câmara acredita que há fadas que acorrem aos
aflitos, e que tudo o que é necessário fazer aparecerá feito…sem atenção, sem
interesse, sem dedicação.
Ou então, é apenas o
deslumbramento de deter o poder na Câmara e de distribuir posições e mordomias que
nos explica este estado de coisas.
O que é certo é o
silêncio da Câmara, que já é motivo de alarme, infelizmente para Tomar e para o
Concelho, porque o futuro em concreto está a ser ameaçado pela aparente
paralisia ou incapacidade de quem tem a responsabilidade de governar o
Concelho.
A preparação de um futuro prometedor e portador de
esperança para a População, todos nós, está adiada. Tomar está a ser
objectivamente empurrada para o campo das cidades perdedoras. Vamos perder por falta de comparência?
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