Face
ao modo como foram planificadas e concretizadas as comemorações do dia da cidade,
apresentamos algumas observações, que longe de serem exaustivas ou de pormenor,
visam uma reflexão global, construtiva e facilitadora do sucesso, deste tipo de
evento no futuro, assim:
1.
O
programa das comemorações foi definido e apresentado sem a participação dos
vereadores do PSD, apesar de este ser da responsabilidade do executivo camarário;
2.
O
início das comemorações para as matutinas 8.30 horas da manhã constituiu obstáculo
à efetiva participação da população;
3.
Algumas
das intervenções de homenagem dos grupos municipais, centraram-se em críticas
políticas, algumas emitindo juízos de valor sem fundamento em dados concretos.
Ora, tendo sido solicitada uma intervenção de homenagem alusiva às comemorações
do dia da cidade, o grupo municipal do PSD entendeu e fez uma intervenção
positiva e otimista face ao futuro, onde todos têm um papel a desempenhar.
Lamentamos que nem todos o sintam e o tenham transmitido. Acreditamos que a
população de Tomar pretende que os seus representantes eleitos ponham a sua
competência ao serviço da população e se empenhem positivamente na construção
de um futuro melhor. Para o efeito o executivo camarário terá de pôr os olhos
no futuro, mediante uma visão estratégica que permita valorizar o que Tomar tem
de melhor. O passado poderá servir para reflexão, induzindo alterações e
incentivando a optimização do que de melhor temos, nunca para obstaculizar
participações ou inviabilizar propostas. Os interesses relativos à qualidade de
vida e bem estar da população têm de estar acima de tudo;
4.
Institucionalmente
a Igreja Católica é considerada um parceiro privilegiado da comunidade, cerca
de 80% da população portuguesa é católica. No contexto da supra citada
comemoração – Dia da Cidade de Tomar, faria todo o sentido que a Igreja
Católica fosse um parceiro privilegiado, não fosse esta distinta cidade fundada
por D. Gualdim Pais, Grão-mestre
da Ordem dos Templários, cavaleiros, cujo principal e original propósito era
proteger os cristãos. Desta
vez os cristãos foram esquecidos…;
5.
Segundo
informação prestada pelo vigário de Tomar, na missa de dia 1 de março, foi
solicitada, pelo gabinete da Sra. presidente, a alteração da hora regular da
missa para as 12.00 horas, supostamente e pelo respeito que o reverendo vigário
Mário merece, bem como toda a população que habitualmente vai à missa, este
horário deveria constar do programa das comemorações, no entanto tal não aconteceu.
Existiram duas versões do referido programa:
a. Uma primeira, em que às doze horas se realizaria “Missa
Católica”, tal denominação não existe, de qualquer modo;
b. Numa segunda versão dos convites, que chegaram aos
convidados, não se
c. Encontrava referenciada qualquer cerimónia religiosa.
Assim,
perante esta omissão, a participação na referida missa foi escassa. Registou-se
um reduzido número de convidados e restante população.
Representando
a coligação que governa os destinos do concelho apenas esteve presente o Sr.
Vice Presidente Arq. Rui Serrano. Desvalorizou-se assim, pela ausência de
participação e falta de divulgação, a cerimónia religiosa e sobretudo a
população de Tomar, pois, habitualmente todas as missas de Tomar estão repletas
de fiéis, que neste momento sentirão a tristeza de, dela, não terem tido conhecimento;
6.
O facto
do Sr. Padre Mário não ter tido lugar disponível na Sessão Solene acresce ao
anteriormente afirmado no que concerne à ausência de conhecimento do lugar que
a Igreja merece ter nas comemorações da cidade.;
7.
Procedeu-se
ainda a uma cerimónia de bênção de viaturas dos bombeiros, cerimónia que
simboliza que Deus está connosco, protegendo as ambulâncias e as vidas dos que
nelas viajarem. Todos os atos religiosos têm um simbolismo e representam,
também, a cultura de um povo. Consideramos que deve haver uma reflexão acerca
dos atos religiosos, não tem sentido agir sem se saber porquê, e sem se sentir
o real significado de cada ato. Salientamos ainda, para acautelar o futuro, que
as procissões são manifestações religiosas, repletas de simbolismo. Não tem
sentido participar numa procissão e não participar na Eucaristia. A procissão
não é para o povo ver passar os seus elementos, as procissões têm um significado
profundo para os fiéis, são caminhadas de oração, em que se espalham as bênçãos
que a Fé proporciona. Seguir uma procissão é seguir Jesus. Em Tomar realizam-se
diversas festas religiosas, em que uma das componentes é a procissão.
Destacamos a Procissão de Santa Iria e a Festa dos Tabuleiros. Tenhamos
consciência do seu real significado, haja coerência, pois são festas
religiosas, plenas de atos que são análogos aos que se vivem numa Eucaristia.
Não são realizadas à porta fechada, mas poderão ser de fachada… se quem nela
participar não sentir o real motivo da sua realização. Queremos manter a
cultura do povo tomarense, na sua originalidade, na sua singularidade,
respeitemos TODOS os credos, todas as ideologias, todas as opiniões.
Respeitemos a herança cultural local, a religião faz parte da nossa cultura,
mas façamo-lo de modo consciente e coerente;
8.
A
comemoração do Dia De Tomar deveria motivar e envolver a população. O concelho
é de todos e apenas com todos, se poderá gerar riqueza e promover a qualidade
de vida. Não tem sentido fazer comemorações da fundação da Cidade de Tomar, polo dinamizador do concelho, com programas meramente direcionados para públicos alvo restritos e segmentados.
Consideramos que o programa das comemorações da cidade deveria apresentar mais
momentos dirigidos à população, em horário apelativo e com uma diversidade de
eventos que facilitasse uma maior interação de agentes locais. Tomar é um
concelho com muito valor humano e patrimonial, valorizemo-lo e divulguemo-lo. Aproveitemos
o dia de Tomar para celebrar este concelho, respeitando o passado, criando
oportunidades no presente e valorizando o futuro, mediante o envolvimento de
todos.
Tomar, 6 de março de 2014
Os vereadores do PSD
João Miragaia Tenreiro
Maria Luisa Oliveira