Em outubro de 2013, muitos foram
aqueles que assistiram ao discurso de tomada de posse da Senhora Presidente de
Câmara, onde a mesma, em colaboração com o seu futuro Chefe de Gabinete, hoje
apelidado de “governante-mor escondido”, tudo fizeram para encher a sala do
Cine Teatro, convidando o maior número de entidades e personalidades, numa
cerimónia onde não faltou a entoação do “Grândola Vila Morena”, pelo coro Canto
Firme e um espetáculo musical proporcionado por alunos da Escola de música da
Gualdim Pais.
Foi anunciada a prometida “Mudança” e
que se iniciaria de imediato com a “erradicação das barracas” no concelho de
Tomar.
Foi ainda comunicado, pela Senhora
Presidente eleita, a coligação do PS com a CDU, sendo que o vereador Bruno
Graça ficaria responsável pelo Horto Municipal, Saúde, Mercados e Feiras.
Mais do que ficar a saber que
passaríamos a ter um vereador com a pasta do “Horto”, confesso que fiquei
surpreendido com toda aquela cerimónia, exuberante, extravagante, propagandística
e de certa forma até algo excêntrica, talvez inspirada nas célebres
comemorações da Praça Vermelha em Moscovo, ou no concerto de Ano Novo,
transmitido todos os anos no primeiro de Janeiro diretamente de Viena.
Contudo, foi prometida a “Mudança”…. E
como cidadão observador que sou, dei o benefício da dúvida e resolvi esperar
pela tão anunciada “Mudança”!
Todavia, sempre disse e reafirmei que
podiam esperar do PSD uma oposição construtiva, responsável e séria, mas sempre
atenta, no cumprimento da sua missão que é e sempre foi, a defesa intransigente
dos interesses do concelho de Tomar.
De facto, temos vindo a assistir a uma
grande “Mudança”… se não vejamos: Temos uma Câmara muito mais propagandista,
temos uma câmara muito mais mediática e temos uma Câmara muito mais
sensacionalista e, como se não bastasse, temos um aparelho de publicitação de
projetos, que apenas são anunciados para “mandar areia para os olhos” a quem,
de facto, ainda acreditou que pudesse haver uma tal “Mudança”.
Começámos desde logo por ver uma
presidente que resolveu, vejam só, exigir do Governo Central uma renda pela
ocupação da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de um espaço
camarário que foi cedido pelo anterior executivo, de forma a manter na cidade
tais serviços. Não fosse o bom senso dos intervenientes do protocolo e dos
responsáveis da ACT, e Tomar ficaria sem esse mesmo serviço, tudo em nome, da
anunciada “Mudança”!
Depois vimos Tomar a ser alvo de
notícia a nível Nacional. Não pelos melhores motivos, mas porque se tratava de
uma das Câmaras Municipais onde a Presidente nomeia como “Chefe” do seu Gabinete
um familiar e depois, porque a mesma Senhora Presidente decidiu “dar” a
primeira segunda-feira de cada mês aos colaboradores, no sentido de “compensar”
os cortes salariais. Com estas medidas, a Sr,ª Presidente não só consegui uma
reportagem televisiva, como fez com que este assunto fosse alvo de chacota e
gozo na Rádio Comercial, na cómica e humorística rúbrica “Mixórdia de
Temáticas” do Ricardo Araújo Pereira.
Mais tarde, logo no início de 2014,
foi referido que qualquer investidor poderia entregar no Município de Tomar
processos em suporte digital, no âmbito da implementação do sistema “Tomar Via
Verde”, que “seria um sistema de prioridade na análise processual e no
acompanhamento por parte do executivo camarário, a aplicar a todos os
investimentos que entrem na Câmara, independentemente da sua dimensão, desde
que sejam geradores de postos de trabalho ou de desenvolvimento económico”.
Foi amplamente divulgado que o
processo de investimento da Lusiaves seria o primeiro processo do “Tomar Via
Verde”. Passado todo este tempo pergunto, afinal que processos de investimento
deram entrada na Câmara Municipal, dentro do anunciado “Tomar Via Verde”?; em
que fase os mesmos de encontram? Qual a diferença entre um processo de
investimento que se encontra no âmbito do sistema “Tomar Via Verde” em relação
aos tradicionais. Como se encontra o processo da Lusivaes? Confesso que até
hoje não ainda obtive qualquer resposta.
Mais, já antes, em 25 de Novembro de
2013, foi apresentado pelo Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal o
projeto/iniciativa “Tomar 2020”. Segundo o mesmo, esse projeto “teria como
principal objetivo atrair empresas de cariz tecnológico e estimular o
empreendedorismo, no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio, para o
período 2014-2020, e na estratégia regional de desenvolvimento económico”. Foi
anunciado que se tratava de uma estreita articulação entre o Instituto
Politécnico de Tomar (IPT) e a Câmara Municipal de Tomar e que a ideia base
seria apostar nas condições únicas desta cidade para a criação de um pólo de
inovação, potenciadas pelo resultado da interação entre o conhecimento, a
investigação e a tecnologia (centrado no IPT e no Centro de Inovação da IBM),
pela excelente localização geográfica e pela qualidade de vida da cidade.
O mesmo anunciou que a primeira fase
arrancaria entre o final de 2013 e o início de 2014 e consistira na criação de
uma estrutura destinada à incubação e aceleração de empresas, a instalar
próximo do Campus do IPT.
Ora, estamos já em 2015 e
legitimamente questiono: Que diligências concretas foram realizadas no sentido
de instalar essa mesma incubadora e aceleração de empresas, em que espaço a
mesma irá ficar instalada e quais os trabalhos realizados para o efeito? O
projeto está já em curso?; o que foi feito e em que fase se encontra esse mesmo
projeto? E o que foi apresentado para se obter financiamento? Tais perguntas,
por se encontrem por responder, apenas demonstram o que eu tenho vindo a dizer,
que temos uma gestão camarária que apenas de preocupa com a propaganda, mas
nada mais faz. Apenas se preocupa em anunciar o que de facto não vai fazer e
mais, que não responde às perguntas que legitimamente qualquer cidadão gostava
de ver esclarecidas.
Mas infelizmente não ficamos por aqui.
Também foi anunciado a criação do “Parque Empresarial”! O que mudou na antiga Zona
Industrial? Nada, a não ser, claro está, o Regulamento, a Placa identificativa
e… é verdade, segundo o Sr. Vereador Serrano, a “limpeza das bermas, sargetas e
poda de árvores”! Incrível! Mas questiona-se, quanto gastou esta governação
PS/CDU no Parque Empresarial? Que melhoramentos foram feitos? As perguntas
continuam por responder, porque sinceramente nada vejo.
E já para não falar dos famosos 100
DIAS, que a, na altura, candidata Anabela Freitas, se comprometeu no sentido de
apresentar um plano habitacional e social para Tomar e posteriormente o projeto
do Parque Nómada para os habitantes do Flecheiro, a prometida abertura das
instalações do Mercado Municipal a 25 de Abril de 2014….
Mas há mais, em junho de 2014 a
governação PS/CDU resolveu fazer um outro “número de Teatro” e anunciou, em
plena reunião de Câmara, que uma empresa da Índia, destinada à produção de
álcool etílico, se iria instalar no concelho de Tomar num investimento de 9,8
milhões de euros de uma empresa indiana, que iria criar 26 postos de trabalho,
sendo que a instalação dessa empresa resultaria na fabricação de álcool etílico
de fermentação. O vereador Serrano afirmou que dos contactos pessoais que teve
com o promotor, “seria um investimento que estaria para acontecer em breve e estaria
já agendada uma reunião para encontrar as melhores soluções para este
investimento”.
Na altura, os vereadores do PSD não
deram o tema por concretizado, afirmando mesmo que esperavam que este assunto
não fosse um mero processo de intenções e de propaganda, tal como a incubadora
de empresas no suposto Parque Tecnológico do IPT e dos projetos do denominado
“Tomar Via Verde”
Estamos já em Março de 2015 e
pergunta-se: em que fase se encontra esse mesmo projecto e em que data se
realizou a reunião ou reuniões com o suposto promotor e, caso as mesmas se
tenham realizado, quais a conclusões que daí advieram? Mais uma pergunta que se
encontra por responder.
Tudo isto para dizer que com estes
anúncios, notícias e lançamentos propagandistas, nada mais está a fazer esta
Aliança PS/CDU do que a criar falsas expectativas junto dos cidadãos, como
aliás o fez na campanha eleitoral, lançando para a Comunicação Social falsos
projetos apenas e só para maquilhar e disfarçar uma política sem estratégia,
competência e responsabilidade, que infelizmente em menos de dois anos se
encontra já a comprometer a importância de Tomar enquanto capital e centro do
Médio Tejo.
Esta governação PS/CDU mostrou já em
tão pouco espaço de tempo que não serve os interesses do concelho de Tomar.
Tomar necessita, pois, de mudar de rumo
e conquistar, como alguém já, disse o “Rumo Certo”
Todos juntos vamos ReTomar em 2017, pois todos somos
poucos para fazer mais e melhor por Tomar.
João Tenreiro
Presidente do PSD/Tomar
Vereador eleito pelo PSD, na Câmara
Municipal de Tomar
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