Por: João Damásio (Vogal eleito na lista do PSD)
Na minha
qualidade de cidadão independente eleito na lista do Partido Social Democrata
para a Assembleia da Freguesia Urbana de Tomar, São João Baptista e Santa Maria
dos Olivais, participei em incómodo mas prudente silêncio às três primeiras
sessões.
Incómodo
porque constitui um choque tanta impreparação, prudente porque me envolvi
“neste mundo” pela primeira vez e tudo isto é novidade para mim.
A tristeza,
a amargura, e sobretudo a desilusão por tão pouca dignidade na condução dos
trabalhos, patente nas notícias e intervenções que têm sido tornado públicas
“obrigavam-me” a quebrar o silêncio, à quarta sessão, por considerar
intolerável aquilo a que tenho assistido. Ingenuidade minha…
Certamente
que em resultado da experiência de décadas nesta vida, o Presidente da Junta,
para minha surpresa, recusou conceder-me o direito ao uso da palavra.
Tal facto,
empurra-me para a necessidade de vir publicamente expor o que penso, sem
considerações sobre o conceito de democracia ou liberdade de expressão, nem
sequer sobre o facto da Lei das Autarquias Locais apelar ao consenso e ao
diálogo. Também não vou referir-me a um conjunto de situações que tenho
observado e que não abonam nada a actuação do Presidente da Junta.
Focalizo-me
apenas no problema central, que só existe porque o Presidente da Junta o criou.
Ainda antes
da tomada de posse, mesmo sabendo que não tinha maioria e revelando absoluto
desprezo pelos eleitos das restantes forças políticas, já o Presidente da Junta
tinha apresentado, tesoureiro, secretário e revelado a restante composição do
executivo.
Chegados à
tomada de posse e ao longo de quatro sessões já decorridas, em momento algum o
Presidente da Junta se dirigiu à Assembleia no sentido de saber de que modo é
que cada um dos eleitos estaria disposto a colaborar com a Junta.
Pior, em
momento algum o Presidente se dirigiu à Assembleia no sentido de auscultar a
opinião dos treze eleitos, relativamente à solução que preconizam para ultrapassar
o problema que ele criou.
Ora, parece
óbvio que se o Presidente da Junta estivesse verdadeiramente empenhado em
encontrar soluções:
1º - Promovia
o diálogo e o consenso e nunca impediria um eleito de usar da palavra, sobre o
assunto;
2º - Teria certamente
um ou dois minutos para ouvir a sugestão que tinha para apresentar;
3º - Seria
claro quanto ao enquadramento legal de toda esta situação e do que tem adoptado
na condução dos trabalhos;
4º - Lia na Lei
que ao Presidente cabe propor e não impor listas. E saberia que em nenhum
momento a Lei determina que a proposta do Presidente se sobrepõe, nem dispensa a
aprovação pela maioria dos elementos da Assembleia de Freguesia;
5º - Teria
tido disponibilidade para pelo menos ouvir a minha sugestão de consultar todos os
organismos que possam contribuir para que se encontre uma solução para o
problema que está criado, nomeadamente a Direcção Geral das Autarquias Locais,
Associação Nacional de Freguesias e outras que fosse entendido como útil;
6º - Não
invocaria pseudo-cedências que sabe não estarem nas suas mãos, nem dependerem
de si.
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