segunda-feira, 11 de maio de 2015

A Câmara Municipal e as Empresas



Alguns factos recentes mostram que por parte da Câmara Municipal de Tomar parece haver um excessivo e incompreensível afastamento das necessidades das Empresas e de Economia do Concelho. Há 2 ocorrências recentes que ilustram o assunto.
Uma, quando a Presidência da Câmara não quis celebrar um Protocolo de Cooperação com a Câmara de Comercio e Industria Franco Portuguesa, sediada em Paris. Foi uma atitude que não andou longe da sobranceria, ou da incompetência. Com efeito, não se encontram outras explicações para a falta de vontade em criar um quadro de cooperação que ofereceria condições únicas para Empresas do Concelho. Condições estratégicas, resultantes do relacionamento directo com um universo empresarial muito qualificado e com raízes sólidas em Portugal; condições comerciais, resultantes da participação facilitada em montras e mostras em França; e outras, como a modernização tecnológica, facilitada pelo contacto fácil e privilegiado com uma das economias mais poderosa na Europa. Mas tudo isso foi recusado não se sabe porquê…ao contrário, que fique registado que houve várias Câmaras vizinhas que não hesitaram em aproveitar a oportunidade que foi proporcionada às economias dos seus concelhos. Sabem porquê, certamente. 
A segunda ocorrência desfavorável às Empresas, e também à atracção de investimento, foi o aumento do preço da água, em cerca de 25%. É um caso melindroso, não só pela sua expressão, mas também porque foi feito quando a economia ainda está sujeita a tensões fortes. Todavia, à Câmara de Tomar pareceu natural esse aumento desproporcionado, e não justificado.
Qualquer um dos casos revela um desconhecimento preocupante das carências e das necessidades das Empresas que no nosso Concelho operam e asseguram emprego, e sugere muitas questões.
A que mais preocupa, é a ausência de sensibilidade da Câmara para a criação de emprego. Com efeito, como entende a Câmara, que o Concelho de Tomar pode ultrapassar a situação difícil em que se encontra, sem ser com medidas negativas como as relatadas atrás? Será que na Câmara ainda não perceberam que não basta argumentar que a culpa vem de trás, e que o importante, isso sim, é olhar para a frente e debater e lançar orientações, e aplicar medidas activas, e positivas?
Entretanto, continuamos sem conhecer as ideias que a Presidência da Câmara possa ter para ajudar a economia do Concelho a sair da estagnação em que está, e para criar esperança e emprego em Tomar. Certo é que não há economia que resista e consiga crescer, quando as empresas são submetidas a tratamentos destes.


António Lourenço dos Santos

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