A
Proposta apresentada para a 1ª Revisão às Grandes Opções do Plano e Orçamento
para o ano de 2014 é desprovida de qualquer fundamento lógico e válido, não
fazendo qualquer sentido já se está tão só a querer contabilizar nas contas de
2014 a divida da ADSE e os juros do Parque T que conforme já ficou provado e
demonstrado, se encontram já contabilizados.
Neste
documento quer a governação socialista e comunista reforçar a dotação de
despesas em € 3.315 milhões: 2.250 ADSE, 810.000 juros, CIMT 30.000, investimento
de 80.000 em edifícios, e € 145.000,00 em trabalhos especializados.
Resulta
pois que a Sr.ª Presidente, com a corroboração do vereador eleito pela CDU,
quiseram dar a entender à opinião pública uma ideia errada da situação
financeira da Câmara Municipal, alegando que tinham descoberto um conjunto da
faturas que se encontravam “escondidas” e “debaixo do tapete”, o que, conforme
se veio a constatar, não corresponde à verdade.
Aliás,
na última sessão da Assembleia Municipal, realizada no dia 13 de Junho, foi
mesmo aprovada uma Moção de Repúdio face às graves acusações proferidas pela
Sra. Presidente de Câmara, pelo Partido Socialista e pelo Vereador da CDU Bruno
Graça, que teve mesmo a ousadia de afirmar que houve uma descoberta de “milhões
debaixo do tapete” e “até pode mandar prender 50 pessoas”.
Ora,
esta revisão não faz qualquer sentido, dado que, contrariamente ao afirmado, os
2,3 milhões euros da ADSE estão contabilizados e sempre fizeram e fazem parte
da dívida da Câmara Municipal. Basta verificar a página 217 do Relatório das
Contas de 2013, e lá está perfeitamente identificado esse valor como dívida, o
que se reflete, obviamente, no Balanço Final (página 3).
Por
outro lado, existe cerca de 1 milhão euros de Juros debitados pela PARQT, que a
Câmara Municipal não reconhece, dado que o acordo do pagamento dos 100 mil
euros mensais eram para abater na dívida, e não para pagamento de juros como
pretendia a PARQT, e também porque a taxa de juros debitada era muito superior
à taxa de juros constante do Acordo aprovado em Tribunal Arbitral. E, por isso,
dada esta desconformidade, esses pagamentos e os juros estavam a ser
contestados pelos profissionais do foro.
Quanto aos
restantes 500 mil euros, advêm fundamentalmente de três situações:
a. Faturas no valor de 144 mil euros
relativas aos serviços prestados pelos advogados que acompanharam o processo da
PARQT, durante vários anos, e que foram apresentadas após a conclusão do mesmo
(Acordo no Tribunal Arbitral).
b. Notas de débito/faturas de juros de
mora relativos a atrasos nos pagamentos a várias empresas, e que a Câmara
Municipal estava a negociar no sentido de não serem aplicados (exemplos:
Gesinserde com um total de 66 Notas Débito/faturas no valor de cerca de 50 mil
euros e José Marques Grácio com 17 Notas Débito/faturas no montante de 25 mil
euros, entre outras).
c. Outras situações pontuais, facilmente
explicáveis através dos respetivos serviços.
Conclui-se,
portanto, que dos 3,8 milhões referidos como não constando na dívida da CMT,
2,3 milhões euros da ADSE estão de facto contabilizados (página 217) e portanto
constam da dívida da câmara (página 3); os cerca de 1 milhão de euros de juros
da PARQT estão registados no passivo como acréscimo de custos (página 3); o
restante pode ser justificado pelos responsáveis dos respectivos serviços.
Estranhamos
que a Sr.ª Presidente ainda não tenha prestado um esclarecimento sobre o
assunto, esperando que após a aprovação da Moção de Repúdio, tenha no mínimo a
humildade de dizer que se enganou ou que a informação lhe foi erradamente
fornecida pelo seu “super” gabinete, (face à quantidade de poderes delegados)
ou pelos serviços competentes da autarquia, no sentido de repor a verdade dos
factos e averiguar os responsáveis por essa comunicação irrealista, falsa e
fantasiosa.
Cada vez
mais temos a certeza que tudo não passou de uma tentativa de desviar as
atenções da não realização do festival das estátuas vivas, sendo certo que, mais
tarde, se veio a verificar-se que a situação financeira então invocada, não foi
entrave noutras situações.
Neste
sentido os vereadores do PSD votam contra a proposta apresentada.
Tomar,
17 de Junho de 2014
João
Miragaia Tenreiro
Maria
Luísa Oliveira
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