Foi com
estupefação que tivemos conhecimento das declarações dos líderes da coligação
PS/CDU, Anabela Freitas, Presidente da Câmara Municipal de Tomar, e Bruno
Graça, vereador, no passado mês de maio, alegando a existência de 3,8 milhões
de euros de dívida não contabilizada.
Estranhámos,
desde logo, que esta informação não tivesse sido prestada 15 dias antes, na
apresentação das contas do município do ano 2013, na câmara e nesta assembleia.
Um
conjunto de acusações infundadas e até incriminações a autarcas e dirigentes da
câmara, tais como a descoberta de “milhões debaixo do tapete” que “até pode
mandar prender 50 pessoas”, que não correspondem à verdade.
1.
Contrariamente
ao afirmado, os 2,3 milhões euros da ADSE estão contabilizados e fazem parte da
dívida da Câmara Municipal. Basta verificar a página 217 do Relatório das Contas
de 2013, e lá está perfeitamente identificado esse valor como dívida, o que se
reflete, obviamente, no Balanço Final (página 3).
2.
Por
outro lado, existe cerca de 1 milhão euros de Juros debitados pela PARQT, que a
Câmara Municipal não reconheceu antes, dado que o acordo do pagamento
dos 100 mil euros mensais eram para abater na dívida, e não para pagamento
de juros como pretendia a PARQT, e também porque a taxa de juros debitada era
muito superior à taxa de juros constante do Acordo aprovado em Tribunal
Arbitral. E, por isso, dada esta desconformidade, esses pagamentos e os juros
estavam a ser reclamados através dos advogados da câmara que acompanhavam
o processo.
3.
Quanto
aos restantes 500 mil euros, advêm fundamentalmente de três situações:
a.
Faturas
no valor de 144 mil euros relativas aos serviços prestados pelos advogados que
acompanharam o processo da PARQT, durante vários anos, e que
foram apresentadas após a conclusão do mesmo (Acordo no Tribunal
Arbitral).
b.
Notas
de débito/faturas de juros de mora relativos a atrasos nos pagamentos a várias
empresas, e que a Câmara Municipal estava a negociar no sentido de não
serem aplicados (exemplos: Gesinserde com um total de 66 Notas Débito/faturas
no valor de cerca de 50 mil euros e José Marques Grácio com 17 Notas Débito/faturas
no montante de 25 mil euros, entre outras).
c.
Outras
situações pontuais, facilmente explicáveis através dos respectivos serviços.
Conclui-se,
portanto, que dos 3,8 milhões referidos como não constando na dívida da CMT,
2,3 milhões euros da ADSE estão de facto contabilizados (página 217) e portanto
constam da dívida da câmara (página 3); os cerca de 1 milhão de euros de juros
da PARQT estão registados no passivo como acréscimo de custos (página 3); o
restante pode ser justificado pelos responsáveis dos respectivos serviços.
Para
nossa surpresa, quando confrontados em reunião de câmara com a realidade dos
factos, não só não houve um esclarecimento da parte da Presidente da Câmara
Municipal, como o assunto não voltou a ser abordado por socialistas e
comunistas.
Tudo não
passava de uma tentativa de desviar as atenções da não realização do festival
das estátuas vivas! Aliás, mais tarde veio a verificar-se que a situação
financeira então invocada, não foi entrave noutras situações.
Face
às graves acusações proferidas pela Sra. Presidente de Câmara, vereadores da
Coligação e pelo Partido Socialista, os deputados municipais do PSD vêm
demonstrar o seu repúdio, e questionar a Sra. Presidente sobre o que irá fazer
para repor a verdade.
Tomar, 13 de Junho de 2014
Os Deputados Municipais do PSD
Sem comentários:
Enviar um comentário