“Vos estis
sal terrae”, ou seja, “Vós sois o sal da terra”, Padre António
Vieira in “Sermão de Santo
António aos Peixes”
Caro Dr. Sérgio Martins, antes de mais quero
referir que não pretendo dar seguimento a um “jogo de respostas entre nós”,
pois daria a sensação que nos estaríamos a “degladiar”, o que de facto não é verdade, pois as
palavras que redigimos, não são mais do que opiniões pessoais democraticamente
publicadas na Comunicação Social Local.
Actualmente e independentemente do local
onde se nasce, nunca esta expressão datada de 1654 fez tanto sentido em Tomar,
como agora, não só pelo seu sentido figurativo, mas também pelo seu lado
simbólico, mítico e temperamental.
Tomar e os Tomarenses, começam a
ficar cansados e desacreditados com a Politica e Políticos locais e tal como
disse é necessário ter uma visão muito “Além do futuro de Tomar”,
digamos que é necessário encontrar a “Luz”.
O Concelho necessita de uma visão
pragmática e realista que seja do conhecimento de todos os Tomarenses sem
excepção, o que per si é um trabalho que demora algum tempo a ser
realizado, pois não queremos cometer loucuras como as que os Portugueses
fizeram por exemplo em Alcácer Quibir!
O PSD de Tomar quer fazer como
fez D João I em 1415 com a conquista de Ceuta, ou seja, quer arriscar, mas
devidamente elucidado e preparado para os desafios que se avizinham. A
Concelhia do PSD neste momento não trabalha para si, trabalha em prol do
Tomarense sem excepção, pois somos uma equipa de pessoas com crenças, ideais e
que acreditamos no bem comum na Sociedade.
Utilizando aqui o feito de Ceuta
como exemplo, permita-me dizer-lhe que o PSD tem um Excelente líder, uma pessoa
com visão, capacidade de trabalho, seriedade e acima de tudo com integridade e
um Curriculum limpo de “negociatas e afins.”
Concordo na plenitude consigo,
quando diz “não basta, como no passado, andar pelas freguesias a ouvir, há
que realizar um trabalho de nível superior e uma modernização da actividade
partidária senão teremos mais do mesmo, nos Partidos e na comunidade”. Caro
Dr. Sérgio Martins, tenho a informar que é isso que estamos a fazer! A título
de exemplo, pretendemos modernizar a prestação de serviços ao Cidadão,
futuramente conhecerá os procedimentos que iremos propor.
Relativamente à Santa Casa da
Misericórdia de Tomar, reconheço que pelo que sei, existem problemas… como em
todas as Instituições. Mais uma vez afirmo, que não se pode rotular todos de
igual forma, pois não é por “A” ou “B” serem militantes do PSD que isso torna o
PSD o causador do quer que tenha acontecido em Assembleias ou em actos de
gestão do quotidiano.
Tal como noutras Irmandades, deve
acima de tudo haver reflexão e renovação, ou seja, deverá haver uma “abertura”
a pessoas mais novas, com créditos profissionais e humanísticos amplamente
firmados. Não conheço a realidade em concreto, pois não pertenço à irmandade da
Santa Casa da Misericórdia de Tomar, mas acredito que essa desalavancagem será
feita com a devida transparência.
Utiliza esta questão da
Misericórdia como politicamente benéfica para o PS, em termos de apoios
comunitários, o que não concordo, apesar do actual Executivo liderado pelo PS
ter feito uma clara aposta no 3.º sector, pois para isso, será necessário a
existência de avultados recursos financeiros, o que como se sabe a Autarquia
não tem e a Misericórdia também duvido que tenha.
Na grande maioria dos casos, o
sucesso das politicas sociais é atingido com inúmeras pequenas medidas e não
com poucas grandes medidas, ou seja, temos de ter em conta que Tomar é um
Concelho atípico, pois tem uma freguesia com um PIB per capita completamente
diferente das restantes.
A questão dos Fundos
Comunitários, não é uma questão que se consiga abordar num simples Artigo de
Opinião, pois dou lhe apenas um indicador que nos dá logo uma clara indicação que
o tema é controverso e não é fácil de analisar. Esse indicador é o poder de
compra per capita, que nos mostra a capacidade real do cidadão comum em
adquirir bens e serviços, sendo no nosso caso em Euros.
Poder de
Compra - n.º de Índice-%
|
|||
Âmbito Geográfico
|
Anos
|
2011
|
2013
|
NUTS 2013
|
Portugal
|
100,00
|
100,00
|
NUTS I
|
Continente
|
100,83
|
100,75
|
NUTS III
|
Médio Tejo
|
84,49
|
86,61
|
Município
|
Abrantes
|
86,75
|
90,43
|
Município
|
Constância
|
87,92
|
89,36
|
Município
|
Entroncamento
|
109,82
|
101,45
|
Município
|
Ourém
|
80,96
|
83,44
|
Município
|
Tomar
|
85,14
|
87,36
|
Município
|
Torres Novas
|
94,99
|
95,38
|
Fontes de Dados: INE - Estudo sobre o Poder de Compra
Concelhio
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2015-11-09
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2015-11-09
Assim sendo e tendo em conta que
o poder de compra dos Tomarenses aumentou em pleno período de forte contração
da economia Portuguesa, não podemos dizer claramente que a aposta no 3.º Sector
é a mais acertada, pois pode não ser e na minha opinião não é.
Tomar necessita de ser novamente
munida de “ferramentas” que lhe permitam ter um desenvolvimento sustentado,
temos de conseguir atrair mais pessoas, terminar de vez com o “brain drain”.
É necessário potenciar a tecnologia ao serviço do cidadão, a industria,
independentemente do tipo de industria, não esquecendo o turismo, que cada vez
mais é preponderante para o nosso desenvolvimento económico!
Falar de Fundos Comunitários é
ter ferramentas para saber quais as apostas mais acertadas, é ter um Plano
Estratégico (que em Tomar não existe), é ter a inteligência para que cada € que
se invista, tenha um retorno, pois não nos podemos esquecer que a Autarquia utiliza
o dinheiro dos nossos impostos, ou seja, é o nosso dinheiro que é investido,
daí termos de deixar de olhar apenas para nós e para os nossos boys….
João Miguel Curvacho
Vogal da Concelhia do PSD de
Tomar
Licenciado em Administração
Publica pelo Instituto Politécnico de Tomar
Mestre em Governação,
Competitividade e Politicas Públicas pela Universidade de Aveiro
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