sexta-feira, 6 de maio de 2016

Tomar e o futuro.


“Vos estis sal terrae”, ou seja, “Vós sois o sal da terra”, Padre António Vieira in “Sermão de Santo António aos Peixes

Caro Dr. Sérgio Martins, antes de mais quero referir que não pretendo dar seguimento a um “jogo de respostas entre nós”, pois daria a sensação que nos estaríamos a “degladiar”, o que de facto não é verdade, pois as palavras que redigimos, não são mais do que opiniões pessoais democraticamente publicadas na Comunicação Social Local.
Actualmente e independentemente do local onde se nasce, nunca esta expressão datada de 1654 fez tanto sentido em Tomar, como agora, não só pelo seu sentido figurativo, mas também pelo seu lado simbólico, mítico e temperamental.
Tomar e os Tomarenses, começam a ficar cansados e desacreditados com a Politica e Políticos locais e tal como disse é necessário ter uma visão muito “Além do futuro de Tomar”, digamos que é necessário encontrar a “Luz”.
O Concelho necessita de uma visão pragmática e realista que seja do conhecimento de todos os Tomarenses sem excepção, o que per si é um trabalho que demora algum tempo a ser realizado, pois não queremos cometer loucuras como as que os Portugueses fizeram por exemplo em Alcácer Quibir!
O PSD de Tomar quer fazer como fez D João I em 1415 com a conquista de Ceuta, ou seja, quer arriscar, mas devidamente elucidado e preparado para os desafios que se avizinham. A Concelhia do PSD neste momento não trabalha para si, trabalha em prol do Tomarense sem excepção, pois somos uma equipa de pessoas com crenças, ideais e que acreditamos no bem comum na Sociedade.
Utilizando aqui o feito de Ceuta como exemplo, permita-me dizer-lhe que o PSD tem um Excelente líder, uma pessoa com visão, capacidade de trabalho, seriedade e acima de tudo com integridade e um Curriculum limpo de “negociatas e afins.”
Concordo na plenitude consigo, quando diz “não basta, como no passado, andar pelas freguesias a ouvir, há que realizar um trabalho de nível superior e uma modernização da actividade partidária senão teremos mais do mesmo, nos Partidos e na comunidade”. Caro Dr. Sérgio Martins, tenho a informar que é isso que estamos a fazer! A título de exemplo, pretendemos modernizar a prestação de serviços ao Cidadão, futuramente conhecerá os procedimentos que iremos propor.
Relativamente à Santa Casa da Misericórdia de Tomar, reconheço que pelo que sei, existem problemas… como em todas as Instituições. Mais uma vez afirmo, que não se pode rotular todos de igual forma, pois não é por “A” ou “B” serem militantes do PSD que isso torna o PSD o causador do quer que tenha acontecido em Assembleias ou em actos de gestão do quotidiano.
Tal como noutras Irmandades, deve acima de tudo haver reflexão e renovação, ou seja, deverá haver uma “abertura” a pessoas mais novas, com créditos profissionais e humanísticos amplamente firmados. Não conheço a realidade em concreto, pois não pertenço à irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, mas acredito que essa desalavancagem será feita com a devida transparência.
Utiliza esta questão da Misericórdia como politicamente benéfica para o PS, em termos de apoios comunitários, o que não concordo, apesar do actual Executivo liderado pelo PS ter feito uma clara aposta no 3.º sector, pois para isso, será necessário a existência de avultados recursos financeiros, o que como se sabe a Autarquia não tem e a Misericórdia também duvido que tenha.
Na grande maioria dos casos, o sucesso das politicas sociais é atingido com inúmeras pequenas medidas e não com poucas grandes medidas, ou seja, temos de ter em conta que Tomar é um Concelho atípico, pois tem uma freguesia com um PIB per capita completamente diferente das restantes.
A questão dos Fundos Comunitários, não é uma questão que se consiga abordar num simples Artigo de Opinião, pois dou lhe apenas um indicador que nos dá logo uma clara indicação que o tema é controverso e não é fácil de analisar. Esse indicador é o poder de compra per capita, que nos mostra a capacidade real do cidadão comum em adquirir bens e serviços, sendo no nosso caso em Euros.

Poder de Compra - n.º de Índice-%
Âmbito Geográfico
Anos
2011
2013
NUTS 2013
Portugal
 100,00
 100,00
NUTS I
Continente
 100,83
 100,75
NUTS III
Médio Tejo
 84,49
 86,61
Município
Abrantes
 86,75
 90,43
Município
Constância
 87,92
 89,36
Município
Entroncamento
 109,82
 101,45
Município
Ourém
 80,96
 83,44
Município
Tomar
 85,14
 87,36
Município
Torres Novas
 94,99
 95,38

Fontes de Dados: INE - Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2015-11-09

Assim sendo e tendo em conta que o poder de compra dos Tomarenses aumentou em pleno período de forte contração da economia Portuguesa, não podemos dizer claramente que a aposta no 3.º Sector é a mais acertada, pois pode não ser e na minha opinião não é.
Tomar necessita de ser novamente munida de “ferramentas” que lhe permitam ter um desenvolvimento sustentado, temos de conseguir atrair mais pessoas, terminar de vez com o “brain drain”. É necessário potenciar a tecnologia ao serviço do cidadão, a industria, independentemente do tipo de industria, não esquecendo o turismo, que cada vez mais é preponderante para o nosso desenvolvimento económico!
Falar de Fundos Comunitários é ter ferramentas para saber quais as apostas mais acertadas, é ter um Plano Estratégico (que em Tomar não existe), é ter a inteligência para que cada € que se invista, tenha um retorno, pois não nos podemos esquecer que a Autarquia utiliza o dinheiro dos nossos impostos, ou seja, é o nosso dinheiro que é investido, daí termos de deixar de olhar apenas para nós e para os nossos boys….

João Miguel Curvacho

Vogal da Concelhia do PSD de Tomar

Licenciado em Administração Publica pelo Instituto Politécnico de Tomar

Mestre em Governação, Competitividade e Politicas Públicas pela Universidade de Aveiro

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